domingo, 20 de abril de 2014

Deficiência Múltipla e Surdocegueira



Nesta nova postagem sistematizamos breves diferenciações e aproximações entre a Deficiência Múltipla e Surdocegueira. Assim, uma primeira questão que trazemos é: a associação de duas ou mais deficiências simultâneas configuram deficiência múltipla? E a associação de surdez e cegueira, também configura deficiência múltipla?

Tratar desses questionamentos é importante porque geralmente são dúvidas de pessoas que não são da área da educação, mas também de muitos profissionais/trabalhadores em educação, já que é uma área de relativa incidência e cujo público tem cada vez mais chegado às escolas, o que é possível em função do movimento mundial em prol da inclusão.

Para esclarecer algumas terminologias nos apoiamos em um estudo de Ikonomidis (2010) quando se respalda no Documento do MEC (2006) para afirmar:

 

O termo deficiência múltipla tem sido utilizado, com freqüência, para caracterizar o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas.

 

 

Nesse sentido, a associação de surdez e cegueira (surdocegueira) é apenas uma das formas de manifestação da deficiência múltipla, não é a única e requer intervenções diferenciadas.

Desse modo, a pessoa surdocega tem condições de se comunicar com outras pessoas, com o mundo? Este parece ser o primeiro questionamento que nos fazemos quando pensamos numa pessoa “que não vê e não escuta”.

Isso é possível! E o é graças às adaptações que podem ser feitas para que o sujeito faça uso da Língua Brasileira de Sinais (pensada para pessoas com surdez), mas que pode ser usada pelas pessoas surdocegas por meio do tato. Outro mecanismo é o Tadoma que consiste em colocar a mão na boca e pescoço de um intérprete e pela vibração do som identificar o que está sendo dito.

Outras formas possíveis são:

·         Fazer a escrita na mão do intérprete por meio de alfabeto manual;

 
·         Redigir mensagens/textos em Braille (que é o alfabeto formado por pontos em alto relevo usado pelas pessoas cegas);
 
·         Alfabeto Moon, composto por 14 caracteres usados em vários ângulos;
 
 
  • Os símbolos de comunicação pictóricas – Picture Communication Symbols (PCS), que são usados símbolos/imagens usados para representar ações, objetos e atividades. Servem como um instrumento que auxilia na comunicação da pessoa surdocega.
 
Essas são as principais formas utilizadas pelas pessoas surdocegas e/ou com outras variações da deficiência múltipla, para comunicarem-se com as pessoas, com o mundo. Deixamos aqui a sugestão apresentada na página do Telecentros para Todos sobre respeitar as particularidades de cada sujeito quando diz que cada pessoa “tem o direito de decidir qual vai ser sua forma de comunicação, para que participe das atividades em casa, no trabalho e no lazer”.
Vale visitar o link: http://www.tele-centros.org/telecentros/secao=102&idioma=br&parametro=9546.html
 
Referencias
IKONOMIDIS, Vula Maria Apostila sobre “Deficiência Múltipla Sensorial”, 2010 sem publicar.