Nesta nova postagem
sistematizamos breves diferenciações e aproximações entre a Deficiência
Múltipla e Surdocegueira. Assim, uma primeira questão que trazemos é: a
associação de duas ou mais deficiências simultâneas configuram deficiência
múltipla? E a associação de surdez e cegueira, também configura deficiência
múltipla?
Tratar desses
questionamentos é importante porque geralmente são dúvidas de pessoas que não
são da área da educação, mas também de muitos profissionais/trabalhadores em
educação, já que é uma área de relativa incidência e cujo público tem cada vez
mais chegado às escolas, o que é possível em função do movimento mundial em
prol da inclusão.
Para esclarecer algumas
terminologias nos apoiamos em um estudo de Ikonomidis (2010) quando se respalda no Documento do MEC (2006) para
afirmar:
O termo
deficiência múltipla tem sido utilizado, com freqüência, para caracterizar o
conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial,
mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório
dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de
desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social
e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas.
Nesse sentido, a associação
de surdez e cegueira (surdocegueira) é apenas uma das formas de manifestação da
deficiência múltipla, não é a única e requer intervenções diferenciadas.
Desse modo, a pessoa surdocega
tem condições de se comunicar com outras pessoas, com o mundo? Este parece ser
o primeiro questionamento que nos fazemos quando pensamos numa pessoa “que não
vê e não escuta”.
Isso é possível! E o é
graças às adaptações que podem ser feitas para que o sujeito faça uso da Língua
Brasileira de Sinais (pensada para pessoas com surdez), mas que pode ser usada
pelas pessoas surdocegas por meio do tato. Outro mecanismo é o Tadoma que
consiste em colocar a mão na boca e pescoço de um intérprete e pela vibração do
som identificar o que está sendo dito.
Outras formas possíveis são:
·
Fazer a escrita na mão do intérprete por meio
de alfabeto manual;
·
Redigir mensagens/textos em Braille (que é o
alfabeto formado por pontos em alto relevo usado pelas pessoas cegas);
·
Alfabeto Moon, composto por 14 caracteres usados
em vários ângulos;
- Os símbolos de comunicação pictóricas – Picture Communication Symbols (PCS), que são usados símbolos/imagens usados para representar ações, objetos e atividades. Servem como um instrumento que auxilia na comunicação da pessoa surdocega.
Essas são as principais formas utilizadas pelas pessoas
surdocegas e/ou com outras variações da deficiência múltipla, para
comunicarem-se com as pessoas, com o mundo. Deixamos aqui a sugestão apresentada
na página do Telecentros para Todos sobre respeitar as particularidades de cada
sujeito quando diz que cada pessoa “tem o direito de decidir qual vai ser sua
forma de comunicação, para que participe das atividades em casa, no trabalho e
no lazer”.
Vale visitar o link: http://www.tele-centros.org/telecentros/secao=102&idioma=br¶metro=9546.html
Referencias
IKONOMIDIS, Vula Maria Apostila sobre “Deficiência
Múltipla Sensorial”, 2010 sem publicar.